Boomerang - França
Ferramenta de caça, brinquedo ou instrumento de música, o boomerang atravessou espaços e nossos imaginários desde o início dos tempos. Como a violência, imemorial, está inscrita em nossa humanidade e vive em nossas vidas atuais. Essa violência tangível que cresce um pouco mais todos os dias interfere na gente. Uma violência que se expressa em atos e palavras, mas também no nosso sistema, onde palavras como crescimento, flexibilidade e produtividade levam a lógicas de destruir a truculência. No entanto, como o vermelho pode representar o sangue sangrando e o coração batendo, a violência não é apenas destrutiva: também pode ser a força. Força que permite superar a si mesmo, ousadia de fluxo ascendente, explosão de reunião. Variação no mesmo tema de diferentes ângulos, o boomerang oferece essa energia que vive dentro de nós mesmos, quer queiramos ou não. Alimentado pelo gosto do desafio e do jogo, Bouba Landrille Tchouda lança oito bailarinos no palco e alista a sensualidade de energia e corpo, às vezes afiada, poética ou brincalhona, para provocar um diálogo dentro dessas forças móveis, bem como aliviar algumas das nossas fraquezas e contradições. O que o ser humano pode ter vergonha, mas também orgulhoso: colocar em situações de submissão de poder de dança, reinventar jogos de guerra, compondo ilusões que salvam vidas. Vidas. Violência. Estas duas palavras soam como se tivessem o mesmo ponto de partida. Reverberam: dependem do que fazemos com elas.
Duração: 55 minutos
Classificação: LIvre
Malka Compagnie
Direção/Coreografia: Bouba Landrille Tchouda
Produção: CIE MALKA
Bailarinos: Jeanne Azoulay, Aïda Boudrigua,
Eddy Cadiche, Aurélien Collewet « biscuit »,
Aline Corrêa, Sonia Delbost-Henry,
Michel « in-hoon » Galmin,
Alexandra Jezouin
Luz – Denis Chapellon
Som – Rodolphe Moreira