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Fukushima provocou desejos e desafios na plateia do MID

 

Nityama Macrini

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Criador japonês lotou Teatro Galpão no segundo dia do Movimento Internacional de Dança

 

Sérgio Maggio e Gláucia Chaves

Estático em uma das extremidades do Teatro Galpão do Espaço Cultura Renato Russo, Eduardo Fukushima viu uma plateia se espremer para assistir ao espetáculo Homem Torto. Enfileiradas num formato de corredor, as cadeiras não foram suficientes para as 176 pessoas que formaram filas para apreciar o segundo trabalho do criador paulistano. Entre o público, estavam as principais coreógrafas do Distrito Federal, a exemplo de Marcia Duarte, Lenora Lobo e Gisele Santoro. “Por meio da cultura, milhões de problemas nossos são sanados. Cultura é o mais importante, o que define uma nação”, comemorou Gisele, criadora do tradicional Seminário Internacional de Dança.

Aplaudidíssimo ao final da apresentação, Fukushima não escondeu a felicidade em estar em Brasília. “É um prazer ficar diante desse público, muita gente assistindo à dança. O que mostra que o MID é bem especial. Vida longa a esse festival”, comemorou o bailarino e coreógrafo cuja pesquisa em solos de dança é elogiada mundo afora.

Com dois trabalhos que tocam poeticamente no homem-corpo contemporâneo, Fukushima deixou impressões e desejos numa plateia que não hesitou em enfrentar os desafios propostos pelo artista. Numa brecha de trabalho, Fukushima conversou com o MID:

MID - Dois trabalhos seus abriram a edição de 2019. Como é participar do festival que tem em sua plataforma um diálogo intenso com o público?

Fukushima - É sempre uma responsabilidade participar de aberturas de festivais e me sinto honrado de abrir o MID de 2019. Homem Torto já abriu alguns festivais em sua história de apresentações. O Título em Suspensão vai ser a primeira vez e penso que pode ser interessante, pois é um trabalho que gera silêncio e reflexão para quem assisti. Ambos os trabalhos não são em palco Italiano e coloca o público em desafio desde o princípio. É sempre uma busca pra nós artistas ampliar o diálogo com público e gerar diferentes perspectivas de linguagem.

MID - Homem Torto e Título em Suspensão são trabalhos que formam um painel sobre a sua pesquisa em solo em dança. O que você destacaria da sua pesquisa no diálogo entre essas duas obras?

Fukushima - Homem Torto já tem quase sete anos de existência e apresentações. Título em Suspensão quase quatro anos. São trabalhos que venho lapidando por muitos anos e refletem minha visão de mundo e quase que a metade da minha trajetória como dançarino e criador. Ambos os trabalhos representam existências frágeis, porém fortes. Existências em luta e em luto também. Homem Torto luta para permanecer em pé e, Título em Suspensão é como se fosse um conto de um homem que pode ser um bruxo, um guerreiro derrotado, um morador de rua ou um homem pré-histórico que não consegue sair do chão. São trabalhos bem distintos entre si mas seguem princípios de técnicas corporais chinesas e japonesas aliadas com diversas técnicas de dança que passei durante 15 anos como dançarino. Ambos os trabalhos são eu, muitos “eus” e existências que me atravessam.

Leia as críticas de Homem Torto, Título de Suspensão 1 e 2

Homem Torto
Homem Torto 2
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